A minha planta encantada
Colhi um planta, com muito carinho,
Que vi definhando na beira da estrada.
Levei para casa, com muito jeitinho,
A pobre plantinha que vi enjeitada.
Plantei-a num vaso de garridas cores,
Estrumei-a, reguei-a, com todo o fervor…
Cantei para ela a canção das flores
E a planta sentiu a força do amor.
Ó planta bonita, plantinha enjeitada,
Vem daí comigo p’rá minha morada.
Vem daí comigo que eu te quero ver
Num vaso, à janela, florir e crescer.
Três dias passados a planta medrou,
Estendendo ramos em busca de luz…
No vaso, à janela, quão linda ficou
Aquela plantinha no sítio onde a pus.
Uma nuvem pequena no céu apareceu,
E gota de chuva à planta ofereceu.
A seguir veio o sol, a planta sorriu…
E uma flor p’ra mim, na hora, se abriu.
Ó planta bonita, plantinha encantada,
Que bem que tu ficas na minha janela.
És linda, viçosa, e a mais adornada
Com tua florzinha de cor amarela.
Vieram insectos de todas as cores,
Borboletas, vespas, abelhas, besouros…
Traziam mensagens de outras flores
Levavam, com eles, segredos, tesouros.
A planta cresceu, rebentos surgiram,
Dezenas de flores, vistosas, se abriram
Naquela plantinha, parecendo encantada,
Que um dia encontrei, murchando, na estrada.
Ó planta mimosa, plantinha querida,
Que bem que tu ficas assim tão viçosa…
O resto da vida, plantinha amorosa,
Quem dera que fiques p’ra sempre florida.
Ó planta mimosa, plantinha querida,
Quem dera que fiques
Quem dera que fiques
P’ra sempre florida.
Abgalvão
Todos os direitos reservados ao
autor não sendo permitido sua publicação sem sua autorização