O POETA  Não Morre
Anna Müller



O Poeta não morre...
Ausenta-se de letras
de sentimentos,
de inspiração.
O poeta anestesia a alma
pelo cansaço da dor,
pela solidão constante.
Guarda no peito as marcas
dos desabores, das cores
opacas de um outono vazio.


O Poeta amassa
o branco infinito
sem versos, sem nexo,
sem nada à dizer.
O poeta apaga a chama
da inspiração, vastidão
de noz na garganta
a esperar o golfar
de um poema.


O poeta adormece,
debruça no leito...
Adoece febril
o sono mal dormido
nas horas de espera
d'um sonho rasgado
p'la metade.


O poeta enlouquece,
gira, desnorteia
n'um buraco negro
da ausência dos versos.


O Poeta não morre...
Ele arrefece.


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