A ISTORA DA FE ...- Poema Matuto

 

Mais de dois mil ano atráis,

cumeça a Istóra da Fé.

A Istóra de Jesus,

de Maria e de José.

José era caipintêro;

e Maria, cumpanhêro;

a Virge de Nazaré.

 

Maria era sortêra,

quando Deus Pai lhe iscuieu,

mode sê mãe de seu fíi,

e um anjo lhe apariceu.

Quando ela tava resando,

o anjo foi se achegando,

e a boa nova lhe deu.

 

Maria, cheia de graça,

essa visita me induz,

a dizê: Bindito é o fruto,

do vosso ventre de luz.

Falô num facho de brío:

Tu vai dá luz a um fío,

qui vai chamá de Jesus.

 

Maria lhe arrespostô,

bem alí na aparição:

Cumo vai acuntecê ?

Eu juro qui num sei não.

Pruquê já me dicidí,

sô virge cumo nascí,

e num me intrego a varão.

 

Gabrié lhe dixe intão;

abrindo o seu belo manto:

É um milagre Divino,

Maria, eu lhe agaranto.

Ela dixe: In mim se faça,

quero arrecebê a graça,

do Divino Ispríto Santo.

 

E alí, Maria amostrando,

sua grandeza de amô,

do Arcanjo Gabrié,

aquele anúnço acatô.

Tornô-se Mãe, de verdade,

de tôda a humanidade,

e de Jesus Saivadô.

 

Gabriê inda ordenô,

alí na anunciação:

Percure Zé Caipintêro,

abrindo o seu coração.

Deve cum êle casá,

prumode legalizá,

a sua situação.

 

Maria casô cum Zé,

dispôi da anunciação.

Zé normamente na lida,

ela in sua gestaação.

E alí dento de Maria,

tava aquele qui siria,

para o mundo, a redenção.

 

E bem pertíin de chegá,

o isperado momento,

Zé acumodô Maria,

amuntada num jumento.

Uis anjo dixero amém,

e êles fôro prá Belém,

mode o recenciamento.

 

Quando chegaro in Belém,

já num tinha mais hoté.

Nem um quarto de pensão,

ninhum abrigo, si qué.

Nem um pôco angustiada,

Maria reziguinada,

dixe: E agora, José ?

 

Vamo dá o nosso jeito,

dixe êle prá Maria.

Adispôi de munto andá,

longe do qui eles quiria,

finamente se arrancharo,

num lugá qui incontraro,

dento de uma istribaria.

 

Quando foi tarde da noite,

Maria pariu sem dô.

Arrecebeu duis animá,

solidariedade e amô.

Prá nossa felicidade,

na maió simpricidade,

nasceu Jesus Saivadô.

 

Cum seu instinto materno,

Maria, quage dotôra,

do seu fiíin inucente,

cumpetente zeladôra,

pegô Jesus bem nôvíin,

e acumodô cum caríin,

no capim da mangedôra.

 

Meus irmão, foi nêsse hoté,

qui num tem "era uma vêiz",

de uma istrêla, somente,

a de Belém, digo a vocêis,

qui nasceu o mais amoroso,

tombém o mais poderoso,

O REIS DE TODOS UIS REIS...

 

NATAL-RN-BR

DEZEMBRO DE 2006

Autor: Bob Motta

Da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte.

Da União Brasileira de Trovadores-UBT-RN.

Do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

Da Associação dos Poetas Populares do Estado do Rio Grande do Norte.

 

http://www.bobmottapoeta.com.br/default.aspx

 

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