Biografia
Órfã do pai, Carlos Alberto de Carvalho Meireles, três meses
antes de seu nascimento, e da mãe, Matilde Benevides Meireles, aos
três anos de idade. Os seus pais haviam tido três outros filhos
antes dela, nenhum dos quais sobrevivera. A sua poesia, focada com
frequência na passagem do tempo e na ausência de sentido da vida,
foi fortemente influenciada por essas perdas.Escreveria mais
tarde:
- "Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da
morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e
outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos
contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde
pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi
essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
- (...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me
espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade
de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
- (...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas
que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim:
silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área
mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos
geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu
mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi
nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas
realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até
hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação
entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um
pano."
Cecília foi, a partir de então, criada por sua avó
portuguesa, D. Jacinta Garcia Benevides e, aos nove anos,
começou a escrever poesia. Freqüentou a
Escola Normal no Rio de Janeiro, entre os anos de
1913
e 1916.
Como professora, estudou línguas,
literatura,
música,
folclore e
teoria educacional.
Aos dezoito anos de idade publicou o seu primeiro livro de
poesias (Espectro,
1919),
um conjunto de
sonetos
simbolistas. Embora vivesse sob a influência do
Modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do
Simbolismo e técnicas do
Classicismo,
Gongorismo,
Romantismo,
Parnasianismo,
Realismo e
Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada
atemporal.
No ano de
1922
casou-se com o pintor português
Fernando Correia Dias com quem teve três filhas. O seu marido,
que sofria de
depressão aguda, suicidou-se em
1935.
Cecília voltou a se casar, no ano de
1940,
quando se uniu ao professor e
engenheiro agrônomo
Heitor Vinícius da Silveira Grilo.
Teve ainda importante atuação como
jornalista, com publicações diárias sobre problemas na
educação, área à qual se manteve ligada fundando, em
1934,
a primeira
biblioteca infantil do Rio de Janeiro. Observa-se ainda seu
amplo reconhecimento na poesia infantil com textos como Leilão
de Jardim, O Cavalinho Branco, Colar de Carolina,
O mosquito escreve, Sonhos da menina, O menino
azul e A pombinha da mata, entre outros. Ela traz para
a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia,
explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o
verso livre, a
aliteração, a
assonância e a
rima.
Os poemas infantis de Cecília Meireles não ficam restritos à
leitura infantil, permitindo diferentes níveis de leitura.
Em
1923, publicou Nunca Mais... e Poema dos Poemas,
e, em
1925, Baladas Para El-Rei. Após longo período, em
1939,
publicou Viagem, livro com o qual ganhou o Prêmio de Poesia
da
Academia Brasileira de Letras.
A autora publicou regularmente, até a sua morte, no ano de
1964,
dois dias após ter completado 63 anos. Algumas de suas publicações
neste período foram Vaga Música (1942),
Mar Absoluto e Outros Poemas (1945),
Retrato Natural (1949),
Romanceiro da Inconfidência (1953),
Metal Rosicler (1961),
Poemas Escritos na Índia (1962),
Solombra (1963)
e Ou Isto ou Aquilo (temática infantil,
1964).
- "Nem tudo estará perdido
- Enquanto nossos lábios não esquecerem teu nome:
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- Cecília...
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Mario Quintana
Poesias
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