Beira _Baixa_Portugal

Obra de Joaquim Sustelo_Março_2006

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INTRODUÇÃO 

 

Longe vão os tempos em que, estando eu em Tancos a fazer um curso sobre minas  e armadilhas – preparação para a Guiné na altura da guerra colonial -, tendo a namorada no Abrunheiro Grande, uma aldeia “perdida” no concelho de Vila de Rei, decidi ir ter com ela, para passar por lá o fim de semana, que se resumia à tarde de sábado,  e domingo até à meia tarde.

 

O comboio havia de levar-me nesse trajecto curto até Alferrarede, onde uma camioneta esperava os passageiros que fossem na direcção de Vila de Rei.

 

Entrei na camioneta. Era um quarto para as duas, da tarde desse sábado.

 

Uma estrada estreita, cheia de curvas e contra-curvas, onde um veículo, ao cruzar-se com outro, tinha de fazer essa operação sempre com a saída de, pelo menos um, do alcatrão para a berma. No caso de camionetas, autocarros… saíam ambos e passavam um pelo outro bem devagar. Lembro-me, por exemplo, que havia uma ponte nos Casais da Pereira, já quase a chegar a Vila de Rei, e que fazia uma perpendicular à estrada que  nela entrava,  e mais outra  em relação ao troço seguinte da mesma estrada. Então a camioneta tinha de fazer sempre manobras para “caber” ali e prosseguir viagem.

 

Bem… ao fim de mais de uma hora e meia de caminho, vencendo todas aquelas curvas apertadas… Sardoal, S. Domingos, Codes, Penedo Furado, Casais da Pereira… (quando se chegava perto do Penedo já era um alívio!), cerca das três e meia, lá estava à minha espera aquele calmo senhor que haveria de ser meu sogro, junto à paragem, perto do Café,  nesse tempo o principal de  Vila de Rei, ou seja o que tem o bonito jardim à sua frente.

 

Dali seguimos no seu Austin A-40, já nessa data uma relíquia, em direcção à Fundada, que fica a 7 quilómetros, onde depois ainda nos esperava um trajecto de mais uns 4, sem alcatrão, cheio de pedras, altos e baixos,  até chegar ao Abrunheiro Grande.

 

Nessa aldeia, de onde é natural a que viria a ser minha sogra, fui acolhido como alguém muito importante. Sabiam que eu era do Algarve, uma província já com outras infra-estruturas, turismo, etc.… enquanto ali todos confessavam a sua vergonha (sim era mesmo vergonha o que diziam) por “apresentarem” uma terra pobre, por as suas casas serem pobres, não capazes (diziam) para albergar alguém que decerto viria habituado a outras andanças.

 

Puro engano! Talvez as  andanças fossem um pouco diferentes, não digo que não. Mas os padrões eram muito parecidos. E eu próprio também tinha nascido no campo, onde me tinha habituado a fazer todos os trabalhos agrícolas.

 

Depois, quando senti o carinho de toda aquela gente, a começar por um tio da minha (então) namorada, cuja casa era a “pensão” dado que nesse tempo não possuíamos nenhuma por lá, e a continuar em todos os outros, pessoas de coração aberto, sempre prontas para receber, para ajudar, bem cedo me senti como o peixe na água e nunca mais deixei de frequentar aquela zona.

 

Casámos, os filhos começaram também a ir para  lá de férias com os avós e entretanto construímos uma casa na referida aldeia de Abrunheiro Grande, onde nos deslocamos frequentemente.

 

Por tudo isto, quando fiz a minha Ode ao concelho de Silves (minha terra natal) e a outra a Odivelas (cidade onde vivo há cerca de 34 anos), tive logo em mente fazer também uma ao concelho de Vila de Rei, que hoje posso afirmar conhecer a fundo, como sói dizer-se, tal qual a palma das minhas mãos.

 

Assim, àquelas lindas terras,  tão calmas a contrastar com o bulício das grandes cidades,   e àquelas lindas gentes, dedico este trabalho, com toda a amizade e com todo o amor que me merecem. 

Um  abraço a todos e obrigado pela leitura. 

Joaquim Sustelo

***

OBRAS EDITADAS: 

Como participante (Antologias): 

O FUTURO FEITO PRESENTE        (editora Abrali, Brasil- Abril de 2005)

TERRA LUSÍADA                                            (idem, idem - Julho de 2005)

TERRA LATINA                                              (idem, idem – Julho de 2005)

A NOSSA ANTOLOGIA                         (Associação Portuguesa de Poetas)

                                                                         (Gráfica 2000 – Abril de 2005)

FLORILÉGIO DE NATAL 2005    (pela tertúlia dos escritores Rio de Prata)

  

Como autor:

  

NO SILÊNCIO DO TEMPO  (Palimage Editores, Viseu – Julho de 2005)

OUTONO DA VIDA               (Edição de Autor – Outubro de 2005)

UM POUCO DE SOL              (Idem – Novembro de 2005)

GRACEJANDO EM VERSO  (Idem, idem)

ODE A ODIVELAS                 (Idem – Março de 2006)

SILVES, UMA VIAGEM PELO CONCELHO (idem, idem)

 

Participação em páginas de poesia NA INTERNET: 

Ar Fresco, Associação Portuguesa de Poetas, Amizade Lusitana, Cardeal e Amigos, Ecos da Poesia, TudopelaAmizade, Carinho, Poetas Sonhadores, Néatlantis, Poemar, Site de Poesias, O Cantinho da Fatyly, Jovens Acima de 45, Cantinho de Poesia e Romance, Alegria no Viver, Alma Alentejana, Caminho de Palavras, Deusa do Amor, Sala de Poetas, etc…

 

 

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