Minha Rua

Ciranda

Página _ Jota Há

 

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Ao publicar este pequeno poema , na página da APP( Associação Portuguesa de Poetas )...e mediante respostas seguintes dos amigos , Sustelo e Benilde Fontinha ...sugeri, que fizéssemos uma continuação...pois creio todos nós devemos ter um sentimento especial pela nossa rua , onde estão por vezes guardadas belas estórias de amor , ou de dor , e mesmo sem ter um jardim, pelas janelas do nosso olhar ,  uma beleza rara plantada nas bermas, e as nossas pedras tem mais brilho, ali onde se escondem os nossos passos todos os dias e ao ver-nos passar , até elas ( as pedras) fazem-nos uma vénia num cumprimento silente!!
 
 Sorriem à minha chegada...lapidam um brilho de saudade...e do caminho à entrada... ai que alegria me invade  !!
 
Comentário: Cecília Rodrigues
 
Imagem de fundo "Dório Gomes-quadro"_Formatado por Cecília
Fonte _Google
 

A Minha Rua

Jota Há

 

Ao ler sobre este assunto que brilhantemente

pela Cecília foi lembrado,

verificando os escritos de vocês, muito bem concatenados,

confesso: eu me senti envergonhado.

Nunca neste tema eu havia pensado,

será que sou assim tão desligado?

Para falar da minha rua eu já estou atrasado,

seria uma perda de tempo,

seria fazer chover no molhado,

por motivos de Obras Públicas lá tudo foi modificado.

Eu não tenho a minha rua como vocês estão acostumados.

Alguém agora pode pensar que com

os escritos que seguem eu esteja plagiando,

mas falar do mesmo assunto não é plágio não,

assim estou procedendo apenas para continuação.

Falo da rua da minha filha

onde a criei com muita satisfação,

criei-a com liberdade misturada com o povão,

hoje isso já não existe, pois o que se vê é muita segregação.

Estou me referindo ao passado que não está assim tão distante,

não direi quantos anos para não parecer pedante,

sei que as mulheres não gostam de expor esses atenuantes

e para mim a minha filha sempre será uma debutante.

A rua a qual me refiro sempre foi residencial,

tamanho normal, quatro ou cinco quarteirões,

muito bem arborizada com suas árvores bem tratadas

e as casas sempre pintadas

pareciam que elas próprias transpiravam felicidade.

Seus habitantes proprietários, pessoas amigas e cordiais,

quase todas aquelas casas possuíam quintais.

Fomos felizes? isso eu não direi,

este termo no plural eu nunca usarei.

Minha filha foi feliz, eu afirmo porque sei.

Nossa casa nesta rua era um ponto de convergência

era festiva e alegre parcimoniosa e inocente,

minha filha comandou-a desde a sua adolescência.

Juliana é o seu nome, para quem eu perdi a identidade,

as pessoas daquela rua e mesmo das adjacências

não sabiam o meu nome, o que eu fazia, do que eu vivia.

Mas... uma coisa elas sabiam:

Aquele é o pai da nossa amiga Juliana.

E eu, até hoje, me sinto muito orgulhoso e contente.

J.Há

Brasil

 

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