Esta noite fui abrir o perfume inebriante onde
a minha alma se perdeu, fechei os olhos à saudade imensa que
aprisiona os meus desejos e mergulhei a memória nas tardes e
noites em que, enamorados, os nossos corpos cantaram hinos de
alegria, êxtases e suspiros, em perfeita harmonia de sentires.
Agora, apesar de passear solitariamente pelos
jardins encantados do nosso amor, lanço o meu olhar azul, um
pouco esbatido pela cor da tua ausência, aos horizontes
prometidos de pássaros azuis e águias douradas que sei nos
serão devolvidos quando chegar o tempo do reencontro.
Sei que ouves a minha voz onde quer que te
tenham aprisionado e quero que saibas que ressoam na minha
casa os teus passos e os teus risos feitos das flores que
descobriste no meu corpo.
A minha alma nasceu a partir da tua
e o mar que me inunda tem origem nas águas do
teu rio.
Hoje, o que eu escrevo com cor de sangue,
sou eu a desfazer-me em lágrimas.
Mar (T.E.)
Agosto 07
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autoria _ Formatada por Cecília