por vezes transformas-te
na árvore da vida
e cresces, cresces
por vezes os teus ramos
baloiçam ao vento
que tu mesma não sopras
uma vez vestiste-te de poema
e vê lá, quase choraste!
todos os dias me visto de poeta
e, vê lá, choro a palavra em fuga
que corre numa rua sem fim!
hoje mesmo vesti-me de autocarro
e levei-te sentada no colo cansado
amanhã serei roda corrida
perseguindo-te na vida
quinta feira serei homem-feira
e espero-te no passeio sem tenda
vai alta outra noite de
desengano
a palavra vai morrer
a tua imagem vai ficar