CÂNTICO À VIDA

 

Eu olho a Natureza, embevecido,
contemplo a luz do Sol que nos aquece!
Dou graças ao Senhor por ter nascido!
E por todo o meu tempo já vivido,
sempre agradeço a Deus em minha prece!

 

Eu fiz deste poema uma canção,
canção que vou cantando à própria vida.
A canto como fosse uma oração,
ou apenas chamada de atenção,
quem, da fé, se encontra desunida!

 

Desunida, cruel, inconsciente...
Possuído de instinto matricida!
Mata a mãe Natureza lentamente,
mantendo seu sorriso displicente,
enquanto se extermina tanta vida!

 

Nos vale a Primavera generosa,
que traz no seu regaço o renascer.
Traz venturas, os sonhos cor de rosa,
repõe a Natureza mais viçosa,
e traz a minha força de viver!



Por isso, sempre a vida exaltarei!
Será meu canto, um cântico de amor!
Ao trinado das aves juntarei,
a voz que Deus me deu, e cantarei,
à vida, ao mundo, à Terra, ao Redentor!

 

Alfredo dos Santos Mendes

 

 

A NOSSA VALSA

 

Entraste deslumbrante no salão.
Teu porte irradiava melodia!
Tu foste Sol, que a noite tornou dia...
E fez nascer em mim, uma paixão!

 

Senti dentro do peito o coração,
Bater descontrolado, em agonia...
O chão rodopiou! Todo eu tremia,
quando por fim beijei a tua mão!

 

Contigo docemente então valsei.
Nos teus braços, amor, rodopiei,
Até um novo dia alvorecer!

 

Nos amámos depois perdidamente.
E uma jura fizemos ternamente:
O nosso amor jamais há de morrer!

 

Lagos, 20/06/2006
Alfredo dos Santos Mendes


 

REVOLTA

 

Quero pegar no tempo já vivido,
fazer uma triagem ao passado.
Retirar toda a forma de pecado,
que dentro do meu ser mora jazido!



Recuperar o meu tempo perdido.
Vasculhar minha vida lado a lado.
Sacudir para sempre o mau olhado...
E tudo o que não tenha mais sentido!



Exorcizar de mim toda a maldade.
Do meu lado ruim, a veleidade,
que sinto fervilhar dentro do peito.



Quero das minhas cinzas renascer.
Como a fénix voar e poder ser:
Uma alma preciosa sem defeito!

 

Alfredo dos Santos Mendes



 

CONTRADIÇÃO

 

Tenho meu coração amordaçado,
as asas lhe cortei p’ra não voar.
Não vá fugir de mim e te contar,
quanto anseio que estejas a meu lado!

 

Quero que faças parte do passado.
Não quero mais de ti me recordar.
Quero rasgar lembranças, apagar...
O sabor do teu beijo apaixonado!

 

A luz do teu olhar quero esquecer.
Teus lábios de carmim, não quero ver,
desejando o calor dos lábios meus!

 

Eu não quero teu corpo desejar...
Mas quanto mais eu quero me afastar,
mais desejo cair nos braços teus!

 

Lagos, 23/01/05
Alfredo dos Santos Mendes

 

 

DIVA

 

Desnuda, nos meus sonhos caminhavas.
Esbelta! Seios hirtos, rosto altivo.
Todo o meu ser ficou do teu cativo,
pensando que ao meu lado te encontravas!

 

Ao tentar te abraçar tu me afastavas,
com um gesto arrogante, imperativo.
E recusavas ser o lenitivo,
para o mal que em meus sonhos tu causavas.



Via-te insinuante no meu leito.
Via o arfar ardente do teu peito,
a não poder conter tanta paixão.

 

E quando no teu corpo me enleava,
tudo desvanecia, se acabava...
E continuas sendo: uma ilusão!


Alfredo dos Santos Mendes

 

 

BEIJOS


Tanto beijo perdido se escapava
Sem terem alcançado tua boca.
Tu corrias na praia feita louca,
Enquanto eu na amurada tos lançava!

 

E junto a cada beijo eu enviava,
enleios de carinho, coisa pouca.
Ficou a minha voz, cansada, rouca,
De tanto te gritar, quanto te amava!

 

Tentaste apanhá-los, mas em vão.
Um a um escapou da tua mão,
E foi sendo engolido pelo mar!

 

E como testemunhas deste amor,
Conservam todo o brilho e o fulgor,
Continuam no fundo a cintilar!

 

Alfredo dos Santos Mendes

 

 

HOJE

 

Eu hoje tenho fé que tu serás.
P’ra sempre o amanhã, meu novo dia.
Tu serás minha eterna companhia,
no meu dia seguinte tu estarás!

 

Hoje e sempre a meu lado ficarás...
Seguiremos a par a mesma via.
E se ontem não tivemos alegria,
hoje será dif’rente, tu verás!



Ontem está passado, não importa!
P’ra sempre fecharemos essa porta,
futuro que virá, será melhor!



Depois vem amanhã que traz bonança.
Juncará os caminhos de esperança,
e anelos de carinhos em redor!

 


Alfredo dos Santos Mendes


 

ISTO É AMOR

 

Amar é ter presente no seu lado,
a ternura, o amor, sem condição.
É ter em sincronismo o coração,
é dar o seu amor e ser amado!

 

Sentir o coração descompassado,
a palpitar no peito em convulsão.
É sempre dizer sim, e nunca não,
por mais que o sonho seja tresloucado!

 

É sempre estar presente em sua vida.
Ser bálsamo, e a dor ser dividida,
por ambos, para ser mais suportável!

 

Assim o sofrimento e toda a dor,
Se dilui com a força do amor,
e a vida passa a ser mais confortável!

 

Lagos, 05/02/2006
Alfredo dos Santos Mendes

 

 

Alfredo Mendes Poeta Português residente em Lagos_ Algarve _Portugal

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