Nascimento do Poema

Não tenho medo de escrever
não tenho.
E mesmo se tivesse não adiantaria.
De mim escorre a letra
uma a uma
como se lá fora
buscasse um desafio.

É algo divinal e doloroso
o poema quando pronto
em meu ventre.
Sinto-o inteiro a passear
em mim
queimando-me e suplicando:
liberta-me, preciso sair.

E eu pressinto a sua despedida
porque em mim
uma grande dor se faz
e do meu ventre
silenciosamente
escorre a vida
sílaba por sílaba
e o seu destino
Ele há de cumprir.

Andarilha descalça (Cláudia)

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