A Irmandade dos Poetas

  Intitulado por : Fernando Reis Costa _ Formatação Cecília Rodrigues

Obrigada a todos os autores amigos por abrilhantar este site com tão belas poesias .

Vossas participações são uma mais valia para "Cecy & Poemas"

 

Autores em Irmandade

Soltam as emoções

Como se fossem balões

Enfeitam a Humanidade

Fervilham com sonoridade

Peito aberto a sensações

Poemas ainda embriões

Unidos nesta paridade

            

1 - Fernando Reis Costa  

2 - Susana Petraglia Kovalkzuc 

3 - Cecília Rodrigues   

4 - Mário Roberto Guimarães

5 - Eda Carneiro da Rocha

6 - Gui Oliva

7 - Anna Peralva

8 - Joaquim Sustelo

9 - Mavilde Costa

10 - Belquis Barés

11- Marise Ribeiro
12 - Ana Maria Zacagnino
13 - Myrian Benatti

14 - MariaLuiza Benício de Moraes             

15 - Augusto P. Gil

16 - Denise figueiredo

 

 

 

(Fernando Reis Costa)

                            

             

Escrevo versos sem rimas procuradas;

Palavras que são a voz do coração;

E quantas vezes com lágrimas choradas

Em momentos de extrema solidão!

 

Como poeta, tenho a sensação,

Que a vida é como um jogo: ou tudo ou nada:

Às vezes... É de alegria a emoção;

Outras... de nostalgia indesejada!...

 

Na poesia mora a dor e o encanto:

- Dois extremos da emoção vivenciada,

Num misto d’alegria, amor e pranto...

 

E os meus versos, assim, de parca rima,

Dessa emoção, eles são a minha sina...

São como eu sou: – só isso e mais nada!

               

 

 

(Fernando Reis Costa)

                                               Coimbra, 24 de Janeiro de 2007

 

2 - EMOÇÕES DE UM POETA

(RÉPLICA)                            
               
 

Susana Petraglia Kovalkzuc

 

  As rimas dos meus versos afloram

Da amante das palavras que sou;

Da voz do coração lágrimas brotam,

Da gélida solidão que é onde estou!...

 

Como poeta faço das palavras um credo

Onde as sensações tomam formas delineadas;

Nem sempre é alegria, emoção, e cedo

O lugar para a nostalgia indesejada!...

 

Da minha poesia brota a dor e o pranto

Paradoxo da mulher que escreve

Num misto de alegria, amor, dor encanto...

 

Como poeta sei que a vida é uma roleta

Onde apostamos tudo mesmo com temor:

Sou o que sou para evoluir neste planeta.

 

         Curitiba, 25 de janeiro de 2007

     *

3 - Sou o que escrevo
Cecília Rodrigues

*
 

São palavras de inércia as que eu escrevo
São o que minh'alma sente e se lamenta
Em poesia deliro, sou seu servo
Nesta vida que às vezes me atormenta


Escrevo, alinhavo, áureas sem dedal
No papel faço moldes do que eu sinto
Vagueio sobre as letras num manual
Daquilo que digo eu sei que não minto


Na poesia deliro um canto eterno
Palavras ao vento elevam meu ser
São tudo o que medito e o meu querer


Galgo estes passos com ar maternal
A cada poema é um filho que nasceu
De um parto sem dor, que alguém escreveu

Cecília Rodrigues
Viseu_Portugal _ 29/01/2007
 

*

 

4 -  POETA?

  (Mário Roberto Guimarães )

  

Abro a alma, a cantar o que vejo,
Ora atónito, ora impressionado,
Num mundo violento e conturbado,
Um misto de insanidade e pejo...

Credito à natureza esse legado
Do amor, ternura, paixão e desejo
E, por vezes, vislumbro, num lampejo,
Um futuro que me faz preocupado...

Não tenho a incumbência do profeta,
Que me não foi dada pelo divino,
Não me cabendo, então, conjecturas,

Mas avizinham-se grandes agruras,
Que descrevo, em quase desatino
E ainda me chamam de poeta.

*

              

 

 Eda Carneiro da Rocha 

 

Quando faço meus poemas,

sejam com rima ou não,

apenas digo o que sinto,

o que vai em mim!

 

E poeta sempre sente essa dor no peito,

essa dor de amor, de desejo ,de ilusão,

de fazer versos, para o teu coração!

 

Aí colho as flores mais belas

e tas oferto com amor,

sejam elas açucenas, rosas ou jasmins,

pois as flores falam por mim,

tudo o que não posso dizer!..

 

E arranco do peito minhas lágrimas,

como botões de rosas

que caem como cascata,

em cima de ti!

 

Olho nos teus olhos, farol de mim,

sinto que me amas e que não me enganas,

pois Deus te deu pra mim!..

              

              Eda Carneiro da Rocha

Aaruama_R.Janeiro _ Brasil

 

**

 

6 - EMOÇÕES DO POETA

VIDA RIMADA

Gui Oliva


foto formatada e a mim presenteada
por Raquel Caminha (Lindinha)


nem sei como cheguei... o que só sei
é que adentrei nesta magia da poesia
de coração aberto e de alma leve versejei
e tento ainda, pois versejar virou mania

e o canto de poetas me encanta de tal maneira,
e não consigo resistir às lindas inspirações
que através de versos recebo e, muito faceira,
concebo respondê-las, com as minhas emoções

e poetas são assim, cristais latejantes
de amores e dores, do prazer e sofrer,
do belo e do feio, do divino e profano,

e assim entrelaçam os seus circunstantes
e a lira que cantam os embala a viver
essa vida rimada de um mundo mais humano!

Brasil / Santos /SP

7 - MEUS VERSOS
ANNA PERALVA



Meus versos,
são o reflexo da minha alma,

às vezes mergulhada em águas fundas

e em outras tantas,

brotam como gotas orvalhadas

tal qual o sereno que beija a flor

em noite enluarada.

De quando em vez,

é mar enfurecido

e, logo após,

um lago tranqüilo e cristalino

onde flutuam meus anseios e desejos,

os sonhos adormecidos no tempo

e os que teimo em sonhar...

Neles, os pensamentos criam asas

e mesmo que voem por labirintos e abismos,

transponho as pontes e cruzo os oceanos;

pois assim meu paraíso

hei de encontrar...

Meus versos são emoções entrelaçadas

em sentimentos profundos e sofridos.

Ora vêm sem sentido,

perdidos...Com o gosto salgado

das lágrimas escorridas

às escondidas;

Ou...Soam aos meus ouvidos

como acalanto,

carícias suaves que me renovam

e secam o pranto.

...São o verso e o reverso do meu ser,

conflitos e calmaria,

ansiedade e serenidade,

imaginação e realidade

e me fazem companhia

na espera de novos dias...

São lanternas que iluminam

os momentos de escuridão

e guardam em jardins secretos

um tempo de Paz.

São minha fonte de energia

e a certeza de felicidade,

o oásis que refrigera

o deserto da solidão;

pequenos fragmentos de Luz

explodindo Vida

em forma de simples palavras,

que dissolvem meus medos

e assim abro o coração:

casulo onde abrigo

o mistério oculto da Fé...

Rio DE JANEIRO - 29/01/2007

*

8 - PORQUE ESCREVO


Joaquim Sustelo


Há quem já me pergunte porque escrevo
Naturalmente escrevo porque gosto
Mas mágoa ou sorriso aqui apôsto
Dizer-vos o porquê também me atrevo

Tristeza ou dor que sinto acho que devo
Partilhá-las convosco e então conto
Mas quando estou feliz também me apronto
A ver se os contagio em tal enlevo

O gosto de contar, de transmitir
Diferentes estados de alma, do meu ser
A quem talvez o mesmo há-de sentir

É isso que me faz então escrever
Amar, sofrer, chorar, sonhar, sorrir
E aprontar-me a vir aqui dizer.

Joaquim Sustelo
01.01.2005
(em NO SILÊNCIO DO TEMPO)

*

POETAS...


Às vezes a dormir a gente sonha
(E sempre há cada sonho na visita...)
Matéria incoerente ou tão tristonha
Que a alma impaciente nos agita!


Sonhei que a poesia era de loucos
Que aspiram a um Mundo de utopias
Um dom atribuido a alguns... poucos
P'los quais outros não nutrem simpatias


Sonhei que ser poeta é ser patético
No ver de quase toda a sociedade
Que diz por tanta vez "isso é poético"
Perante alguma estranha liberdade


Sonhei ser o poeta apenas joio
No trigo que da terra em paz se solta
E sempre escreverá sem ter apoio
- Ninguém vai entender sua revolta


Assim ao acordar fiquei pensando
Que é triste ocupação escrever poesia
Num Mundo onde só vemos ir reinando
O ódio, a contenda, a guerra fria


Deixai! Vamos escrevendo... pouco importa
Se à Poesia não dão seu valor!
- Um dia a humanidade quase morta
Talvez venha bater à nossa porta
A mendigar um poema, com amor.


Joaquim Sustelo
(em OS MEUS CAMINHOS)


**

Ser poeta é lá do alto
Ver o mundo no asfalto
Nadando em rios de lama
E ter ainda a coragem
De levar suave aragem
Para refrescar quem ama


Ser poeta é dar-se todo
Com carinho, com denodo
Mostrar que se é capaz
De um outro mundo erigir
Com essência no sorrir
Com alicerces na Paz


Ser poeta... ah eu não sei
Pois quando sempre sentei
Pra escrever, a emoção...
... toldou-me quase o sentido
Extasiado, embevecido
Vi perder-se essa noção.


Joaquim Sustelo Sustelo _ Portugal

*

9 - Ser Poeta


Mavilde Costa

Ser poeta é maldição!
E sofrimento constante
jorra da palma da mão,
e do coração confiante
um poema, uma oração,
algo que seja diferente
extravasa de emoção,
alegra a alma da gente
fala de amor, confissão,
um grito desconcertante...
Ser poeta é tudo isto,
Ser poeta é ser diferente!...
Constante inquietação
mentiroso que só mente
num amor de perdição...
Quando a dor que nele existe
lhe tolhe a imaginação...

Mavilde Costa Lobo

Portugal

*

 

10 - "E"

Belquis Barés

Escrever
não importa como, quando, onde.
No computador, papel, terra ou pedra.
Escrever
com o teclado, lápis, pau ou ferro.
Escrever sentindo
a imperiosa necessidade de fazê-lo.
Escrever
para deixar que respire o alma
derramando a baforadas
meus sentimentos.
Escrever
para encontrar o sossego e a calma
depois de parir um punhado de textos.

Belquis Barés
(Argentina)

 

*

 

11 - Ser Poeta

Marise Ribeiro



Ser poeta é navegar no mar do imaginário,

singrar por um cenário de ilusões,

aportar suas palavras num estuário,

onde por elas anseiam ávidos corações.



Ser poeta é invadir a alcova dos amantes,

escutar seus sussurros e delírios,

espreitar até brigas lacrimejantes,

para contar em versos emocionantes.



Ser poeta é revoltar-se com a injustiça,

chorar diante da imensa pobreza,

gritar de peito aberto contra a vil cobiça

e transformar tudo isso em um toque de beleza.



Ser poeta é pintar da natureza os elementos,

vivenciando todos os acontecimentos,

é matizar sua arte com o exuberante alvorecer

ou pincelá-la com tons sombrios do anoitecer.



Ser poeta é cantar os antagonismos,

falar da vida, da morte, da lida, da sorte,

costurar o assunto com magnetismo,

para que ao infinito da alma nos transporte.



Ser poeta é experimentar por inteiro

o seu sentimento e o da humanidade,

é transbordar emoções feito um aguaceiro,

sem nunca deixar estiar sua verdade.

www.mariseribeiro.com

*

12 - Poeta

Ana Maria Zacagnino

En un mundo de poetas

De duendes, musa, canción.

Se oyó una voz que decía...

¿Por donde estará mi amor?

y el duende le respondía:

¡Soy tu amado! Mi señor.

El que cambia tu sonrisa

El que vela en tu interior.

-¿De donde sales poeta?

-¿Y cuando tu ser cambió?

Por las calles va tu sombra...

Por el mundo tu interior!

Mi sombra te dio el abrigo...

Que necesitabas hoy.

Y...En tu mundo de poeta

La soñadora...soy yo!

Ana Maria Zacagnino _ Argentina

http://www.zacagnino.com

*

13 - Poeta da minha vida

 Myrian Benatti

 

Não quero mais falar de amores.

Nem perdido nem encontrado.

Não quero mais ter amores.

Quero ser poeta de minha vida.

Cansei das mentiras contadas

Cansei dos falsos agrados,

Mas não sei falar de flores,

Nem de riachos, nem da lua,

Nem das ruas movimentadas,

Nem dos bares, nem dos bêbados,

Nem dos poetas, nem das marés,

Nem da vida, nem da morte.

Quero encontrar um novo porto

Sem tempestade, sem fortuna.

Não quero fracatear,

Na meia-idade, na menopausa.

Quero minhas segundas,

Meus sábados, meus domingos.

Quero fazer versos livres,

Métricos, sáfico, silábico,

Rítmico, versos brancos,

Versos soltos, versos à lua,

Sem uivar na ponta da pedra,

Quero ser meu reverso.

 

Myrian Benatti 

Brasil

**

14 - POETANDO SEM SABER

Luiza Benício

 

Sensibilidade a flor da pele

Que se aguça a emoção

Não desejada...

        Parte do "eu" escondido

        Que aflora num suspiro

        De sensação

        Esmagada...

Controvérsias e/ou aniquilamentos

Vistos, percebidos,

Ou... Sem previsão

Suspeitada...

        Razão de ser,

                  De ver,

                 De viver,

        Ou de saber                            Saber ser

        Recompensada...                    Quando não é...

Cumprimento do dever                   e quem sabe

De consciência                                       jamais será...

Aguçada...

Que protesta sem temer,                        Poeta sem

A panurgência                                querer ser

Veemente deflagrada...                   "Poetando"

                                                       Sem saber... 

Luíza Soares Benício de Moraes

1985.31.05.Brasil

 

**

15 - Poetas

             

Apetece-me gritar, bem alto
Tudo o que transborda, do meu peito
Em soluços abafados.

São sentimentos, sentidos
Transformados em palavras
De papel.

Que amarroto e calco
Dentro de mim.

Tento afastar, toda esta tristeza
Que me envolve
Mas nada se afasta,
Nada se me aparta.

E carrego o meu fado.

Conheci poetas...
Grandes poetas, de sentimentos mil.
Todos choraram palavras ao vento,
Que passou.
E todos se lamentaram,
Por amores perdidos.

Fingidores,
De lamentos.
E de sentimentos.
Foi o que mais vi.

Escreveram palavras vis,
Palavras de amor,
Ou de louvor...
Mas nunca se apartaram
Do seu fado.

Bebo-lhes as palavras,
Na agua da chuva que cai.
E oiço no vento que sopra,
As sua lamurias.

Nas folhas de Outono,
Leio os seus fingimentos,
Que caiem,
No mundo que nos rodeia.
onde a compreensão escasseia...

Augusto P.Gil

*

Pura Emoção

Denise Figueiredo

O poeta é emoção,
Na melhor parte da vida,
Vira tudo uma ilusão,
De várias vidas sofridas.

Seus olhos e ouvidos atentos,
Tudo amontoado no coração.
À volta, muitos sentimentos,
Todos fora da razão.

São palavras de sonhos,
Muitos gerados em dores,
De fatos e lugares bisonhos,
Alegrias, mágoas ou dissabores.

Da política, fé ou heresia...
De tantos amores ou farto em cores.
Dá do bolo a fatia,
E ele ilustra com sabores.

Agarra a vida e seus sentidos
Como algo nunca visto,
Ou do bem nunca antes tido...
Mas sou poeta...Eu existo!
Denise FigueiredoBrasil