EU? . . .POESIA! . . .
Anna Peralva



Deixei o frio concreto, o chão infértil.

Libertei a essência, que vivia triste e muda.

Com a matéria, fiz uma permuta,

algo assim meio secreto:

hoje sou abstracto o que se transmuta.

Pois enquanto ser, eu não existia,

submersa em sombras que me consumiam.

Cansei de perder-me em agonias

e procurar-me em escombros inexistentes...

Neste trato me revelo, desnuda!

Sou aquela, que às escondidas

tecia fantasias bordadas de estrelas,

voava nas asas da harmonia.

Neste novo projecto me expresso,

SOU PALAVRAS,

as que sempre em mim guardava

e àquelas que queria ouvir,

de quem não as podia dizer.

E assim, sem mágoas,

sou música que canta o amor,

o que sempre quis ter...

Sou melodia que acalanta a dor,

brisa suave e amiga

que acaricia a saudade doída,

sou tempo eterno no caminhar dos ventos,

desdobrando-se em eternos momentos.

Sou a alma do poeta, sua luz em verso,

a paixão que completa o uno da algesia,

o sorriso que nasceu da lágrima concebida.

Sou a razão da sensibilidade, o imaginário...

O poema em seu relicário...

O sol de cada dia, que alumia a escuridão

em rimas de alquimia.

A lua, que sempre alumia os sonhos,

que germinam em terra úmida e fértil.

Sou o sopro da vida,

que antes, em mim não existia...

Nos braços do firmamento

vôo livre e feliz

e quando os astros perguntam

quem sou,

meu olhar brilha de encantamento

e respondo:

EU?...POESIA!...

2007


 

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