Minha Rua

Ciranda

Página _ Armando Sousa

 

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Ao publicar este pequeno poema , na página da APP( Associação Portuguesa de Poetas )...e mediante respostas seguintes dos amigos , Sustelo e Benilde Fontinha ...sugeri, que fizéssemos uma continuação...pois creio todos nós devemos ter um sentimento especial pela nossa rua , onde estão por vezes guardadas belas estórias de amor , ou de dor , e mesmo sem ter um jardim, pelas janelas do nosso olhar ,  uma beleza rara plantada nas bermas, e as nossas pedras tem mais brilho, ali onde se escondem os nossos passos todos os dias e ao ver-nos passar , até elas ( as pedras) fazem-nos uma vénia num cumprimento silente!!
 
 Sorriem à minha chegada...lapidam um brilho de saudade...e do caminho à entrada... ai que alegria me invade  !!
 
Comentário: Cecília Rodrigues
 
Imagem de fundo "Dório Gomes-quadro"_Formatado por Cecília
Fonte _Google
 
 

Cheguei à Aldeia

 

Cheguei à aldeia onde morei

O campanário horas não dava

Naquele momento batia

Batia batia  muitas saudades

Estaquei frigido a ouvir

Mas nada, apenas solidão

Entrei no cemitério

Senti doer-me o coração

Os nomes eu conhecia

Os meus amigos não via

As pedras diziam

Aqui jaz ; resta em paz

Perguntei ao meu ser

Morrer viverá um dia?..

As lágrimas caiam

Saudades que a solidão traz

Entrei na rua do amor

Onde minha mãe jazia

Na campa uma flor

Mas mais nada não via

Apenas a minha dor

Em meu coração vivia

O seu ser desapareceu

Quem tantos beijos me deu

E me ensinou a falar

Lágrimas que lhe rolava

A minha cara lavava

Eu ali no cemitério

A todos via e pensava

O sino não badalava

Nem horas do dia dava

Para mim só solidão

Para quem aqui jaz

Eterna escuridão

Pó natureza mãe

Eu vos vou juntar também

Depois voltarei a nascer

Borboleta até serei

Ou um pequeno bichinho

Que alimentarei um passarinho

Mas viverei...... 

 

Por Toronto Canada 2001-02-20

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