POESIA
Quis escrever,
Para poeta me sentir,
Mas não sinto e
Não escrevo.
Não sinto, para escrever
E já não escrevo,
Para sentir.
Nem fingindo, eu escrevo
Nem escrevo, a fingir.
Sou fruto da minha imaginação,
Das minhas palavras,
Que liberto no papel.
Sou uma construção,
Permanente de rimas
E não rimas, por acabar.
Sou deveras triste,
Para sentir a alegria,
Que por vezes me rodeia.
E no entanto, sinto toda a tristeza,
Que transporto
E que traduzo,
Em palavras.
Amarrotadas
em folhas de papel.
Choro as lágrimas,
Reprimidas...desde criança.
Desde que escrevi,
As primeiras lembranças.
Eram palavras,
De sentimentos de esperança.
Sentia a angustia de viver,
Onde reprimir...
Vezes sem fim,
Era constante.
Mas na esperança de viver,
Sem muros, envolta
Escrevi sentimentos,
Que já não voltam.
Quis que o mundo, fosse diferente
Um amor desvairado
Ardente e apaixonado.
Mas foi coisa diferente,
Que encontrei...
Amargurado e desapaixonado.
Passo, incólume
Por tudo... Não o sinto,
Não o descrevo,
E sofro mil tormentos...
Sou um poeta,
De papel,
Que voa no vento,
Que passa por momentos,
Ao longo do tempo,
E que perdura,
Já lá vai algum tempo.
Augusto P.Gil_ Portugal