Meus
guardanapos de papel
Ao almoço, é convosco que
eu converso,
Vos conto meus mais
íntimos segredos,
Aponto-vos a angústia dos
meus medos
Espalhada, por aí, em cada
verso.
Em vós, é que eu embalo os
meus amores,
Rascunho os meus mais
puros sentimentos,
Meus loucos e lascivos
pensamentos,
E Amarfanho os pesares e
as minhas dores.
Vos rasgo em meus momentos
de loucura,
Sem respeitar essa vossa
brancura,
Como se fossem lençóis de
bordel.
Perdoai as sacrílegas
objecções
E alguns chulos e doidos
palavrões,
Meus qu’ridos guardanapos
de papel!
Cândido, 27/02/2003
