V
Através dos tempos, quiçá sonhos se concretizem
Já que nascemos sob o signo do Amor fertilizado
Direito à felicidade, sei que temos, assim dizem
Olho estrelas, fixo o horizonte, enterro o passado
Silenciando Suez dor, extrapolo meu íntimo sentir
Invento palavras de todas as cores enfeito o luar
Pinto raios de sol no horizonte seco o meu carpir
Nesta tela de hoje, é o tempo deste verbo cantar
Por mais que invente, também o hoje faz-me chorar
Sabes poesia, o homem até se esqueceu do verbo amar
Conjuga-o de forma hedionda tempo de fogo e mísseis
Esta sim é a gélida verdade, dos tempos que correm
São crianças, velhinhos, e animaizinhos que morrem
Mãos criminosas, que ateiam florestam, horas difíceis!
Cecília Rodrigues _ 2006 _ Portugal
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