Mulher
Na minha vida sempre houve uma mulher
Um horizonte que me prendeu a um lugar
E houve nuvens que passaram sem as ver
Mas é em ti mulher que gosto de navegar
Na boca do lobo estão os dias derradeiros
E por mim já corre um rio de recordações
Antes de partir invento campos e ceifeiros
Para te deixar mulher o pão entre canções
A ti querida mãe que és a mais linda flor
Que em mim colaste um eterno perfume
Eu deixo a minha gratidão e muito Amor
Ainda que seja o barro que pões ao lume
E se de minhas lágrimas chegares a beber
Crê mãezinha que a morte só transformou
A dor que todos temos em não saber dizer
O essencial na hora em que tudo terminou
Em cada mulher há um pouco da verdade
Que abraça o mundo e nos faz acreditar
No Amor que se reflecte na maternidade
E nos dá estrelinhas para a vida iluminar.
F. Corte Real
Barronhos,26 de Junho de 2006