Minha Rua

Ciranda

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Ao publicar este pequeno poema , na página da APP( Associação Portuguesa de Poetas )...e mediante respostas seguintes dos amigos , Sustelo e Benilde Fontinha ...sugeri, que fizéssemos uma continuação...pois creio todos nós devemos ter um sentimento especial pela nossa rua , onde estão por vezes guardadas belas estórias de amor , ou de dor , e mesmo sem ter um jardim, pelas janelas do nosso olhar ,  uma beleza rara plantada nas bermas, e as nossas pedras tem mais brilho, ali onde se escondem os nossos passos todos os dias e ao ver-nos passar , até elas ( as pedras) fazem-nos uma vénia num cumprimento silente!!
 
 Sorriem à minha chegada...lapidam um brilho de saudade...e do caminho à entrada... ai que alegria me invade  !!
 
Comentário: Cecília Rodrigues
 
Imagem de topo "Chaplin_auto retrato"_Formatado por Cecília
Fonte _Google
 

 

Rua Lucas Fortunato, 63
Santos/SP
 
 
a minha rua é aquela onde nasci
e ao relembrá-la como a vi
eu choro pois sobre ela  
 me ensinaram a responder a cada vez
que me indagavam...onde você mora?
na luca fofunato,sessenta e tês!
 
era lá que nas manhãs eu, da janela,
dava adeusinho ao meu paizinho
que no reboque do bonde 2
ia para o trabalho percorrendo toda ela  
 
era aquele leito  que eu atravessava
nunca sozinha
para ir  em frente num porão
ouvir as estórias da Tudinha
ou adentrava pela funerária ao lado
para receber, na casa ao fundo,
 os mimos  de Marina minha madrinha
 
era naquele quarteirão de amizades
que eu achava muito divertida
a minha infantil atividade
acompanhar minha mãe às compras
na padaria do seu José sempre contente
ora pois...era certeza
ganhar balas de presente
 
e com  zezinho e irene 
filhos da quitandeira Dona Maria
as brincadeiras na calçada azulejada
da amarelinha, do  pular corda
e do fazer tudo que seu rei mandava
 
as casas daquela rua eram geminadas
num porta e porta
onde a fraternidade imperava
 briga entre vizinhos não havia não
a paz reinava como se todos
formassem uma única família
de irmãos
 
e no fim das  tardes de calor intenso
ou do mormaço do vento noroeste
cadeiras ocupavam o espaço
e muita conversa fora
e risadas jorravam no pedaço 
entre os adultos
num animado  bate papo
 
eu sentada na soleira
olhar atento para a  esquina
 onde o bonde 6 fazia a curva
pois no fim do dia com certeza
meu pai dele descia
 
ai que saudade
e dói o coração saudoso
sem concordância
afinal... bate com vontade
a saudade da rua
ou daquela infância?
 
Gui Oliva
Santos/SP
20/06/06 

 RR 

A  Minha Rua
 
Gui Oliva
 
a minha rua tem sabor de infância,
de folia, brincadeira e traquinagem,
com um  céu de pipas coloridas
traz o arco-íris em sua roupagem
 
a minha rua borrifa uma fragrância,
por certo é cheiro de jasmim
esse perfume que acaricia
quando, espargindo, bate em mim
 
a minha rua retoma a relembrança,
da amarelinha, do jogo de botão,
do esconde - esconde, do fazer tudo
que o rei mandar e sem tardança
 
a minha rua é aquela que escolhe,
no aguaceiro do leito, numa competição,
o mais lindo  barco de papel feito,
após a chuva ter caído de roldão
 
a minha rua revive, como um eco
silente, esse tempo que passou
mas que se faz ainda tão presente,
na recordação dela, tão linda, que sobrou.
 
Santos/ 18/01/07

 

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