Maria De Melo Graça Araújo

Pseudónimo: Maria Melo

Portugal

 

Neste espaço o acróstico que o poeta popular Bento Tiago Laneiro  dedicou a autora:



O QUE DIZ O TEU NOME



M aria de Melo Graça,
A Senhora nossa amiga:
R esoluta, promissora,
I nceme como escritora,
A tenta contra a fadiga!

D esprendida ao semelhante
E ncanta seu dom constante!

M aria, manda tirar
E scritas que há nas gavetas,
L ogo lhes dá forma ao ar
O nde há novas silhuetas!

G raça Araújo é calma,
R i porque tem alegria!
A jeita prosa e poema,
Ç lassifica qualquer tema,
A ssume sua magia!...

A nalisa o que escrevemos,
R ecompõe o que fazemos,
A carinha escritores,
U niverso de inventos
J ogados nos seus talentos
O u condutora de autores!

Bento Tiago Laneiro

 

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Maria Melo _ Sonetos

 

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O LIVRO QUE ME DESTE




O livro que me deste, meu amigo
tem poemas de amor e tão de alento
palavras que transporto, andam comigo
e são da minha alma o alimento

Folheio quando em vez... e quando paro
em página-ternura por caso
a ferida há muito aberta logo saro
pois de tanto doer passou de prazo

Ferida que se sangrava bem no fundo
deixando em meu olhar um eco baço
junto aos versos teus onde confundo

minhas mágoas e tuas num abraço
a preparar-me pra enfrentar o mundo
onde mago é o poema em seu espaço


Maria Melo
em «Caminho de Palavras»

 

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So INSTINTO



Procuro versos meus e neles leio
O fogo que incendeia a poesia
Enquanto afundo o âmago anseio
De ouvir sonora a nova melodia

Perco-me neste insano devaneio
Caminho pelas palavras sem destino
Em volta toda a vida é meu enleio
De ondas em pensar de peregrino

Deixo que se me solte o alto astral
Escrevo tanta coisa, até banal
Sem peias nem amarras no que sinto

Falando da herança ancestral
Eu volto a ser somente um animal
Sem alma, nem razão, é só instinto!


Maria Melo

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FOGO DE PAIXaO



Vem atravessar comigo a madrugada
vem abraçar o momento do sol pôr
vem chamar-me assim de: - minha amada
vem colher aberta a minha flor

e vem comigo em ti sentir somente
a frescura da manhã e seu perfume
uníssono gesto a lançar nova semente
dando um novo aroma ao nosso lume

do braseiro a consumir em fogo lento
a calmia de dois corpos saciados
nascerá um novo fogo mais sedento

de valsar em sombra e luz só de quebranto
dos sentidos pouco a pouco saciados
a causar à natureza o puro espanto.

Maria Melo


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CHARME ANTIGO



Que é feito daquele charme antigo
Em cada ferormona exalada?
Se nada mais me resta a ter sentido
Na forma já sem forma, avantajada

Inchada de memórias, nada mais
Sumidas em saberes estagnados
Sem provas nem certezas nos sinais
Dos passos que são gastos de cansados

Neste corpo a exceder o seu limite
Suplicam os meus braços descaídos
Que os deixe, pois só querem descansar

Eu respondo: apesar dos conflitos
Meu cérebro ainda pensa e transmite
- não é hora, ainda não, não vou parar!


Maria Melo


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SILENTE MELODIA



Abro aquela porta na esperança
De no teu quarto haver o lenitivo
Para esta dor que fere como lança
A cortar o meu grito aflitivo

Se tu já não me ouves na distância
Fugiste deste quarto, é um facto
Ficou de ti apenas a fragrância
Volátil que inebria o meu olfacto

Fecho por fim a porta e assim me fecho
De pensamentos vagos, tão vazia
Lá dentro bem fechado é que eu deixo

Imagens de ausência e agonia
Espectros projectados nas paredes
Em sombras de silente melodia

Maria Melo
No Livro «Palavras com sentido»
 

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ENTRE A LUZ E A TREVA


Olá vida! Eu te saúdo
Por me dares o tempo que preciso
Na terra onde firme não me iludo
Na espera dum eterno paraíso

Olá morte! Eu te espero
Paciente desde o dia em que nasci
Não venhas ainda, não te quero
De tudo ainda não me despedi

Entre o dia de luz e o da treva
Se cumpre renovado ritual
A vida venerando se eleva

Se apaga se destrói e se releva
Ao encontro de destino tão fatal
A morte que da vida é que nos leva

Maria Melo

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AMORES DESENCONTRADOS


Acreditaste, amiga, ser amor
O que era tão só mera vontade
De somar no jardim mais uma flor
Alimento de praser e de vaidade

Chorando estás agora arrependida
Da entrega sem retorno de emoção
Duro golpe a deixar aberta a ferida
A sangrar no teu crente coração

Que te diga, que tu própria não concluas?
Que sei eu dos sentires desenganados
Solidária caminheira dessas ruas

Tenho os passos já doridos e cansados
Sem vislumbre de estrelas ou de luas
Que expliquem os amores desencontrados


MariaMelo

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LaGRIMA SUSPENSA*


Bebi gotas de orvalho no teu rosto
Beijando cada lágrima caída
Ficou de ti em mim sabor a mosto
Do fim anunciado da partida

E dou por mim agora a questionar
O porquê desta imagem que persiste
Turvada, nebulosa em meu olhar
Será da velha lágrima que insiste?

Tão presa neste transe que não sai
Ficando da neblina a ser razão
Trémula a instalar um vulto baço

É sombra, é catarata de visão
Ou é tão simplesmente o meu cansaço
Da lágrima que pesa mas não cai

Maria Melo
 

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