U T O P I A

  

Ai de quem não alberga um ideal

e não sabe atear do fogo a chama

de quem da vida nada mais reclama

do que a mera verdade temporal

 

Ai de quem escorraça a utopia

esvaziando-se de vida aos poucos

dos que nunca foram chamados loucos

porque não deram azo à fantasia

 

Ai de quem não consegue ver estrelas

e em redor tudo o que vê é lama

de quem por baixo seu olhar derrama

e não aponta ao alto para vê-las

 

Ai de quem não consegue vislumbrar

a comédia escondida sob o drama

de quem nessa cegueira chora e brama

sofrendo as suas penas a dobrar

 

Bendito o que abraçando a utopia

ousar distribuir a sua luz

pois desse se dirá um certo dia

que mais leve tornou a nossa cruz

 

Carmo Vasconcelos 

(In X Antologia da Associação Portuguesa de Poetas – Ano 2002)


"Direitos reservados, nos termos legais. Proibida a reprodução ou uso por qualquer meio sem autorização da autora"

Menu

Email

 

Livro de Visitas

Voltar

+Poemas

   

 

 Imagem de fundo formatação Cecília