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— O que
queres tu hoje, de presente?
Eu vi mas era tudo muito caro!...
— Ó mãe, basta sentir tão docemente
Carinho... aconchego... o teu amparo.
— Meu filho,
coisa pouca só que fosse
Seria para ti recordação;
Vi uma tão bonita, não te trouxe
Pois pouco me sobrou, paguei o pão...
— Mãe, deixa
lá estar não te apoquentes
Teu cérebro descansa, sê feliz!
Conheço o grande amor que por mim sentes
E tanta coisa linda aqui se diz...
— Mas eu posso
tentar uma prendinha
Que o homem até fia por uns dias...
— Não tragas nada, deixa lá mãezinha,
Teremos sempre as nossas alegrias:
— Eu vou
buscar a lenha ali ao mato
E vamos acender uma fogueira;
Trazemos cada um o nosso prato
Ficamos no quentinho, ali à beira...
— A sopa está
tão boa, tens razão,
Vai lá então; mas olha, não demores,
Que a mãe vai já cortando aqui o pão
E histórias contará, pra que as decores;
Assim foi; mãe
e filho em harmonia
À beira da fogueira, o corpo quente,
Ficaram na ternura até ser dia
Num Natal tão bonito! E tão diferente...
(editado
em FLORILÉGIO DE NATAL 2007 pela Tertúlia
dos Escritores Rio de Prata. Já constava de NO SILÊNCIO
DOTEMPO mas foi revisto)
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Imagem _ Simone Pinheiro
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