O MEU NATAL
Lembro-me sempre com gosto
Dos meus Natais de criança
O presépio era reposto
Com amor e esperança
Os sapatos na lareira,
A árvore toda enfeitada,
Presentes e brincadeira
Numa alegria encantada
Na noite da Consoada
O meu pai, pela tardinha,
Fazia sempre uma quadra
Colocava-a na Lapinha*
E o Menino lá deitado
Junto aos pais e ao burrinho
Parecia olhar de lado
E sorrir-lhe com carinho
Havia sonhos, filhoses,
Licor e bolos de mel
E o som de muitas vozes
Falando quase em tropel
Quem dera poder voltar
Ao meu Natal de criança
Onde havia amor pra dar
E nunca faltava esperança
Mas cresci, e afinal,
Vi que tudo era diferente.
Esse sonho de Natal
Não é para toda a gente
Quem sabe se qualquer dia,
Mesmo quase por magia,
Um milagre seja feito
E Deus, na Sua bondade,
Faça que esta humanidade
Construa um mundo perfeito.
Landa Machado
Portugal
*Lapinha é como chamam ao presépio na
Madeira

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Imagem _ Simone Pinheiro