Nos tempos
de antigamente,
quando os galos tinham dentes
e a Terra era de neve.
Natal Menino Jesus!
Todo Ele, Amor e Luz
“balada de vento breve…”
Descia
p’la chaminé,
como quem nasce de pé
rasgando o ventre da mãe.
P’ra deixar em cada casa
brinquedos, saúde e brasa
de chama acesa em Belém…
Nesse
mundo, então modesto,
todo o Homem era honesto
duma ambição comedida.
Ao mais pequeno presente,
brilhava feliz, contente
no elixir desta a vida…
Minha
Família Sagrada
tinha cheiro a rabanada
com mistura especial…
Aromas de aletria,
bacalhau e azevia,
condimentos de Natal.
Ao mais
pequeno senão
buscava no coração
coragem pra prosseguir.
A tão, mística magia,
guardada naquele dia
alentava-lhe o porvir.
Retenho
ainda a lembrança,
d’alguns tempos de criança
em que a magia era a Fé…
E teimo acreditar,
que a tal Paz, há-de voltar,
na bota, da chaminé…
12/12/06
Mavilde Lobo Costa
(In Reflexos e Restolho)